Neoplasia maligna de pênis -
câncer de pênis
Fontes bibliográficas
-NCCN (National Comprehensive Cancer Network)
- NCCN Guidelines, versão 2016
-EAU (European Association of Urology)
- Pocket Guidelines, edição 2016
Câncer de pênis –
Carcinoma de Células Escamosas (SCC) ou Carcinoma Espinocelular (CEC)
Epidemiologia
- Doença rara
- Representa 0,4 a 0,6% das neoplasias malignas entre os homens nos EUA e Europa
- Incidência até 10% entre homens em países em desenvolvimento na África, Ásia e América do Sul
2.030 = número estimado de novos casos EUA, 2016.
340 mortes
50 a 70 anos - Idade mais comum apresentação
Taxa de sobrevida média em 5 anos 50%
- 85% com linfonodos ing (-)
- 29-40% com linf ing (+)
- 0-10% com linf pélvicos (+)
Fator de risco
Idade: idade média nos EUA 68 anos
Fimose: aumenta risco 25 a 60%;
pode esconder áreas que devem ser avaliadas devido a alta incidência:
- glande (34,5%), camada interna do prepúcio (13,2%),
sulco coronal e haste (4,5%)
Balanite
Inflamação crônica
Trauma
Tabagismo: aumenta risco 3 a 4,5x
Líquen escleroso / balanite xerótica:
portadores tem risco de 2 a 9% de desenvolver
Falta de higiene
DST, principalmente HIV e HPV.
HPV:
45 a 80% todos os casos estão relacionados,
principalmente sorotipos 16 e 18
HIV: risco aumenta 8x
Psoríase: paciente em tratamento com fototerapia ultravioleta A (PUVA), risco aumenta 268x
Zoofilia?
Apresentação clínica
Maioria com lesão palpável, visível, pode estar associado com dor, descarga de secreção, sangramento, odor fétido
Nodular, ulcerativa ou vegetante e pode estar oculta pela fimose
Sinais doença avançada:
LFN palpáveis e sintomas constitucionais (fadiga, perda de peso)
Estadiamento clínico
95% originam-se de células epiteliais escamosas
Divisão:
Carcinomas de células Escamosas (SCC)
x
Neoplasia Intraepitelial (NIP)
- NIP (Neoplasia intraepitelial ou Ca in situ):
lesões pré-malignas - estágio prematuro e não invasivo do SCC
- Papulose bowenóide (HPV, pele da região anogenital, múltiplas pequenas pápulas planas ou aveludadas e de coloração que varia do róseo ao castanho-escuro)
- Eritroplasia de Queyrat (lesão bem delimitada, aveludada e avermelhada, acomete glande, prepúcio ou haste)
- Doença de Bowen (restante da genitália ou períneo, outras partes do corpo)
Câncer de pênis –
Carcinoma de Células Escamosas (SCC) ou Carcinoma Espinocelular (CEC)
AJCC (American Joint Committee on Cancer) –
4 subtipos de SCC:
1- Verrucoso (Buschke-Lowenstein, bom prognóstico, baixo risco de invasão linfonodal)
2- Papilar escamoso (bom prognóstico)
3- Warty (bom prognóstico)
4- Basalóide (pior prognóstico)
Variantes Adenoescamoso e Sarcomatóide (pior prognóstico)
Carcinoma Verrucoso
Buschke-Lowenstein /
condiloma acuminado gigante
AJCC (American Joint Committee on Cancer)
estadiamento TNM 7ª ed. 2010
Graduação histopatológica (T1a, T1b):
G1 - bem diferenciado
G2 - moderadamente diferenciado
G3 - pobremente diferenciado
G4 - indiferenciado
Diagnóstico – Tumor primário
- Exame físico adequado
- Biópsia (diagnóstico histológico):
- punch, incisional ou excisional
- determinar o algoritmo de tratamento
- informar o grau do tumor
- nortear a estratificação do risco de acometimento linfonodal
Quando fazer Biópsia tumor primário?
(EAU Guidelines 2016)
-Dúvida sobre a natureza exata da lesão (por ex. Cis, metástase ou melanoma);
-Tratamento com agentes tópicos, radioterapia ou laser terapia é planejado
Recomendações NCCN
Tis (NIP) ou Ta (carcinoma verrucoso não invasivo)
- Tratamento tópico:
-5-fluouracil (5-FU) creme ou imiquimod tópico (5%)
- Postectomia (circuncisão) ou excisão local ampla como cirurgia de Mohs
- Ablação com CO2, ou ablação a laser (Nd: YAG - Neodymium:
yttrium-aluminium-garnet)
- laser terapia (recorrência 18%)
- Glandectomia
-(sem recorrência).
Tis ou Ta
Terapia tópica e excisão cirúrgica poupadora de órgão : mais usadas
Terapias tópicas:
risco de reações no local (toxicidade local)
risco de recorrência (vigilância ativa)
- 5-FU - primeira linha, usar por até 7 semanas,
73% sem recorrência em seguimento de até 3,5 anos
- Imiquimod - segunda linha, 4 ou mais vezes por semana, por aprox 2 meses
NIP: Papulose bowenoide e doença de Bowen, respondem melhor em relação à Eritroplasia de Queyrat
T1a G1-2
- Excisão local ampla como cirurgia de Mohs mais cirurgia reconstrutiva com ou sem enxerto
- Laser terapia
- Radioterapia:
- Braquiterapia com implante intersticial – preferida
- RT externa com ou sem QT
Margem cirúrgica segura de 5/10mm até 20mm promove adequado controle tumoral
Postectomia deve sempre ser realizado antes da RT (prevenir complicações)
T1b G3-4 ou >=T2
- Cirurgia extensa
- Penectomia parcial ou total
- Recomendado biópsia de congelação no intraoperatório
-T1bG3-4 < 4cm: Braquiterapia preferido em relação RT externa
-T1bG3-4 > 4cm: RT externa com QT pode ser considerada
Braquiterapia
-não é recomendada após penectomia parcial ou total
-pode ser realizada após excisão local ou biópsia excisional de pequenas lesões
RT pós-operatória, pode ser considerada em caso de margens positivas
T2
Penectomia parcial
RT externa
Braquiterapia (< 4cm)
T3
Penectomia parcial
Penectomia total com uretrostomia perineal
T4
QT neoadjuvante seguida de cirurgia em responsivos
Alternativa: RT externa paliativa
Penectomia Parcial
Penectomia Total